4 de nov. de 2010

Algumas palavras aos meus jovens irmãos da Rússia (1869)


Introdução
 Notas sobre Bakunin e a prática de “Ir ao Povo”


No excelente prólogo que o historiador Max Nettlau escreveu ao livro “Estatismo e Anarquia” publicado na edição francesa das Obras Completas de Bakunin se lê:

“Durante os três meses de 1872 houve a redor de Bakunin uma vida intensa, inspirou abnegação a muitos jovens, homens e mulheres, que logo se lançaram de corpo e alma a difícil propaganda popular na Rússia; que “foram ao povo” e que quase todos e todas, depois de algumas semanas, meses, ou raramente anos de agitação, caíram nas prisões para anos de calabouço preventivo e, depois do processo, por dezenas de anos na Sibéria. Ross, um dos últimos, caiu também, no começo de 1876; foram aproximadamente 25 anos para livrar-se de novo da Sibéria e do internamento em províncias, para voltar de novo ao ocidente alguns anos mai tarde; no atual momento, já octogenário, ainda vive, assim como também Z. Ralli.” [1]

A esta juventude, a estes valentes e sinceros lutadores, aos primeiros homens e mulheres combatentes anarquistas, foi escrita a carta “Algumas palavras aos meus jovens irmãos da Rússia” no ano de 1869.

Para Bakunin a tarefa da juventude consistia em situar-se na vanguarda das lutas do proletariado e dos camponeses. Para isso, era necessário que os jovens, com certo nível de politização, provenientes em sua maioria dos setores médios, assumissem a tarefa de servir como vanguarda do movimento popular de libertação.

República Francesa, Federação revolucionária das comunas (1870)


Introdução

O conteúdo desse cartaz foi recuperado por Max Nettlau em seu excelente prólogo ao tomo I das Obras Completas de Bakunin em sua edição francesa. Nós a reproduzimos como preâmbulo da Carta à Esquiros com o propósito de que suas proclamações, mas sobretudo o seu significado sejam valorizados pelos revolucionários de hoje em dia, além de servir para ser para completar com o que já é indicado na Carta  à Esquiros.

O valor do chamado às armas varre com todas as especulações e mentiras difundidas pelos defensores o Estado, brancos e vermelhos, sobre a condição de intelectual do próprio Bakunin. Mas o propósito central dessa reprodução é introduzir estes documentos ao debate, com o fim de constatar as tarefas e os métodos dos revolucionários a luz de um conflito entre uma nação rendida, como era o caso da França, e uma potência militar e comercial, a Prússia.

Bakunin apela a necessidade de explorar os sentimentos naturais e lógicos de uma população que se vê ameaçada perante um invasor estrangeiro. Seria um nacionalismo francês em Bakunin? De forma alguma. Só basta recordarmos que a Liga da Paz e da Liberdade, e inclusive as seções latinas da Associação Internacional dos Trabalhadores, se opuseram a avançada imperialista da França e da casa de Habsburgo durante a intervenção no México [1], que Bakunin também defendeu.
 

Carta a Esquiros (outubro, 1870)


Algumas palavras de introdução

A seguinte carta de Bakunin – a pesar de ser pouco conhecida pela maioria da esquerda anti-capitalista -  dá conta, em planos gerais, de qual era a inspiração que orientava seu pensamento e ação no contexto da guerra franco-prussiana.

Bakunin e alguns de seus amigos, no dia 28 de setembro de 1870, no Município de Lyon, através da formação do Comitê para a Salvação da França, inspirado pelo russo, estabelecem ao proletariado lionês a dissolução do Estado como condição sine qua non para uma verdadeira defesa da França ante a invasão prussiana.

Para isso, Bakunin e os membros do Comitê colocaram por toda a cidade e seus arredores cartazes vermelhos com a proclamação inssurreicional para um levante camponês e operário como única via para a salvação da França.

Carta aos redatores do Boletim da Federação do Jura (outubro, 1873)


CARTA AOS REDATORES DO BOLETIM DA FEDERAÇÃO DO JURA

INTRODUÇÃO

Depois de uma longa luta no seio da Associação Internacional dos Trabalhadores que culminou com sua expulsão, o grande revolucionário Mikhail Bakunin se retirou do movimento revolucionário europeu, que durante anos foi um de seus maiores expoentes, com o propósito de sistematizar suas idéias e seus planos. Neste ano seriam produzidos alguns de seus principais textos, além de inumeráveis cartas onde esboçava junto a jovens italianos, russos, eslavos, etc inumeráveis conspirações e planos insurrecionais.