10 de nov. de 2009

Dados Cronológicos: Mikhail Bakunin (1814 - 1876)

18.05.1814 – Nascimento de Mikhail Alexandrovitcth Bakunin, em Premukhino, no distrito de Novotorjok, governo de Tver

1828 - 1833 – Estudos na Escola de Artilharia de São Petesburgo. O tenente M. A Bakunin serve numa brigada de artilharia, sucessivamente nos governos de Minsk e de Grodno.

Março de 1835 – Ele encontra N. V Stankevitch numa de suas viagens a Moscou.

Outubro de 1835 – Início de sua participação no Círculo de Stankevitch.

Dezembro de 1835 – O tenente Bakunin pede baixa.

1836 - 1840 – Instala-se em Moscou, mas efetua viagens freqüentes a Premukhino, Torjok e Tver. A partir de 1837, lança-se nos estudos filosóficos e apaixona-se por Hegel.

A Internacional dos Trabalhadores - de sua fundação até o Congresso de Basiléia


Artigo escrito por James Guillaume (membro da Aliança da Democracia Socialista) que trata da Associação Internacional dos Trabalhadores, de sua fundação em 1864 até o Congresso da Basiléia em 1869.

Bakunin, após a sua aparição em setembro de 1867 no Congresso da Paz, não tinha regressado para a Itália. Ele tinha se estabelecido perto de Vevey, na Suíça, era membro do Comitê Central da Liga da Paz e da Liberdade, e vangloriava-se com a esperança de levar essa liga para o socialismo. No começo de julho de 1868 tinha conseguido que, por meio do comitê, fosse votada uma declaração de princípios que, entre outras coisas, enunciava a necessidade de “mudar radicalmente o sistema econômico atual”, para atingir “a emancipação das classes operárias e a abolição do proletariado”. Em julho ele conseguiu ser recebido como membro da seção central da Internacional de Genebra, e chegando a um acordo com internacionalistas desta cidade, em particular com o alemão Becker e o genebrino Perron, formou o projeto de uma aproximação entre a Liga da Paz e a Associação Internacional dos Trabalhadores. Para tanto, fez decidir, no Comitê Central da Liga que, através de seu presidente, seria encaminhado um convite ao congresso geral da Internacional, que iria reunir-se em Bruxelas, no domingo 6 de setembro, para enviar delegados ao segundo Congresso da Paz, de Berna. A Marx não agradaram essas resoluções, pensou que fosse uma intriga de Bakunin para apoderar-se da direção da Internacional e, desde esse momento, colocou-se em campanha contra o revolucionário russo, como se verá mais à frente.

Um Federalismo Internacionalista (1868)


Como afirma James Guillaume, Bakunin tentara em vão fazer adotar, pelo Congresso de Berna (setembro de 1868) da Liga da Paz e da Liberdade, da qual era membro, liga de tendências burguesas, liberais e humanitárias, o seguinte texto, onde se encontra um certo número de idéias já desenvolvidas no programa da Federação Revolucionária que precede. Mais claramente ainda que o precedente, este texto é de inspiração proudhoniana, tanto no que concerne à apologia do princípio federativo quanto à crítica do princípio de nacionalidade, caro a Napoleão III (ao qual Bakunin subscrevia ainda quando voara em socorro da insurreição polonesa de 1863).

9 de nov. de 2009

Deus e o Estado (1871)



Esta edição de Deus e o Estado, cujo título não foi de autoria de Bakunin, recupera a primeira, de 1882, organizada por Carlo Cafiero e Elisée Reclus, publicada em Genebra pela Gráfica Juraciana. No livro Bakounine - combats et idées, lançado pelo Instituto de Estudos Eslavos, Paris, 1979, p. 242, afirma Pierre Pécheaux em artigo intitulado "1882 - Deus e o Estado, editado por Carlo Cafiero e Elisée Reclus": "Este escrito, que é um fragmento da 2ª edição do Império Cnuto-Germânico e a Revolução Social, e o mais conhecido da obra de Bakunin, traduzido para uma quinzena de idiomas, é objeto de pelo menos 75 edições. De 1882 a 1973, levantamos 71 edições em quinze idiomas diferentes". Neste mesmo livro há um outro artigo - "Balanço das publicações" -, onde Pécheaux declara que houve quatro versões de Deus e o Estado: a primeira, de 1882, de Carlo Cafiero e Elisée Reclus; a segunda, de 1895, de Max Nettlau; a terceira, uma combinação dos textos contidos nas duas anteriores e a quarta, do citado Nettlau, acrescida de outros escritos de 1870 e 1871. Em função dessas combinações variadas de textos, cria-se a confusão durante muitos anos a respeito do conteúdo de Deus e o Estado, título que coube a Carlo Cafiero, na edição de 1882, mas que foi aproveitado em diferentes edições subsequentes.

A Sociedade Internacional Revolucionária (1865)


Os textos que seguem são ao mesmo tempo os menos conhecidos e talvez os mais importantes dos escritos anarquistas de Bakunin. Eles não constam dos seis volumes das Obras cuja publicação foi empreendida por seu discípulo James Guillaume, entre 1895 e 1913. Ainda não foram recolhidos aos Arquivos Bakunin, em fase de publicação nos Países Baixos. Constam apenas da monumental Biografia de Bakunin escrita à mão, em alemão, por Max Nettlau, e da qual só existem raros exemplares autografados nas principais bibliotecas do mundo.

Bakunin, por James Guillaume


BAKUNIN, Michael Alexandrovich. Textos Anarquistas (Coleção L&PM Pocket). Seleção e notas: Daniel Guerín. Tradução: Zilá Bernd. Porto Alegre: L&PM, 1999. Págs. 12-39.

Depois de sua curta passagem por Paris durante a Revolução de 1848, Bakunin, eletrizado pelo exemplo que teve diante de si, foi participar do levante popular de Dresden (3 de maio de 1849). Por isso foi condenado à morte em Saxe, depois na Áustria, em 1850, sendo finalmente libertado pela Áustria durante o governo russo. Ele sofreu em seu país de origem um longo e duro cativeiro. Depois conseguiu fugir da Sibéria em 1861 e chegar a Londres. Foi após a revolta da Polônia contra o império czarista (1863-1864) e também sem dúvida em conseqüência de seus encontros com Proudhon, em Paris, em fins de 1864 – um Proudhon perto do fim -, que Bakunin tornou-se anarquista. Apresentamos aqui a biografia de Bakunin por James Guillaume apenas a partir deste novo rumo que tomou sua vida.

8 de nov. de 2009

Estatutos Secretos da Aliança: Programa e Objetivo da Organização Revolucionária dos Irmãos Internacionais (1868)


Bakunin, Mikhail. Estatutos Secretos da Aliança: Programa e Objetivo da Organização Revolucionária dos Irmãos Internacionais (1868). CD-R Instituto Internacional de História Social de Amsterdã. Tradução de Frank Mintz do francês ao espanhol. Tradução do espanhol ao português por Aneleh. s/d

Não pode haver revolução nem política, nem nacional, a menos que a revolução política se transforme em revolução social, e a revolução nacional, precisamente por seu caráter radicalmente socialista e destrutivo do Estado, se converta na revolução universal.

Bakunin, sua História e seu Legado (2006)


União Popular Anarquista – UNIPA. Comunicado n º13 – Rio de Janeiro, julho de 2006.

A retomada da memória histórica das lutas passadas dos trabalhadores pela sua libertação é de extrema importância para o aprendizado presente e para as futuras batalhas contra a burguesia. Por isso, em memória dos 130 anos da morte de um dos maiores revolucionários de todos os tempos, Mikhail Bakunin, resolvemos fazer uma homenagem que resgata sua importância enquanto sujeito histórico na segunda metade do século XIX e seu legado teórico/político para o Anarquismo ou Bakuninismo.

Tática e Disciplina do Partido Revolucionário


Bakunin, Mikhail. Socialismo e Liberdade. São Paulo: Coletivo Editorial Luta Libertária, s/d. Pags 53-62

O nosso objetivo é criar uma coletividade revolucionária forte mas sempre invisível, uma coletividade que deve preparar a revolução e dirigi-la..., deixando ao movimento revolucionário de massas o seu desenvolvimento total à sua organização social... a mais completa liberdade, mas vigiando sempre para que este movimento e esta organização nunca possam reconstituir autoridades, governos, Estados, e combatendo todas as ambições, tanto coletivas (no gênero da de Marx) como individuais pôr influência natural, nunca oficial, de todos os membros de nossa Aliança, disseminados em todos países, e cuja força vem unicamente de sua ação solidária e da unidade de programa e de objetivos que deve existir sempre entre eles.

Necessidade da Organização


Bakunin, Mikhail. Socialismo e Liberdade. São Paulo: Coletivo Editorial Luta Libertária, s/d. Pags 63-76


É verdade que há [no povo] uma grande força elementar, uma força sem dúvida nenhuma superior à do governo e à das classes dirigentes tomadas em conjunto; mas sem organização uma força elementar não é uma força real. É nesta incontestável vantagem da força organizada sobre a força elementar do povo que se baseia a força do Estado.