7 de dez. de 2013

Lançamento de obras de Bakunin em francês


Importantes textos de Bakunin foram lançados recentemente em francês. As Éditions du Chat Ivre lançou sob o título Principies et Organisation de la Société Internationale Révolutionnaire, o Catecismo Revolucionário (não confundir com o Catecismo do Revolucionário, cuja autoria é atribuída a Netchaiev) e o Programa da Sociedade Internacional Revolucionária, ambos produzidos em 1866. 

Batizados de Organisation de la Société révolutionnaire internationale pela equipe do Instituto Internacional de História Social, localizado em Amsterdã e responsável pela compilação das obras completas de Baknin, estes textos possuem uma tradução para o português. Segue a referência: BAKUNIN, Mikhail. Catecismo revolucionário; Programa da Sociedade da Revolução Internacional. Tradução e organização de Plínio Augusto Coelho. São Paulo: Editora Imaginário, 2009. Já a Confession, lançada pela Le Passager Clandestin, possui uma tradução portuguesa do anos 1970.



"Ambos os textos de Bakunin aqui reunidos, O catecismo revolucionário e Os estatutos da sociedade secreta, de que o Catecismo é o programa (1866), apresentam (...) o anarquismo bakuninista. (...). O texto é apresentado por Jean-Christophe Angaut, professor de filosofia na École Normale Supérieure de Lyon, que também corrigiu e fez as notas de rodapé do texto baseado nos manuscritos originais.Éditions du Chat Ivre

"Uma longa parte da minha apresentação é dedicada a mostrar que este texto tem um estado intermediário do pensamento revolucionário russo - o que chamei de seu primeiro anarquismo que precede a sua (re) descoberta do movimento operário e da sua entrada em Internacional (1868)." Jean-Christophe Angaut





"Longe das vãs polêmicas que provocou este texto depois de sua descoberta na década de 1920 (...), esta história, que é também o mais belo texto literário Bakunin, é em primeiro lugar um grande testemunho de dentro dos movimentos revolucionários, de Paris a Berlim, de Praga a Dresden na Europa em chamas de 1848-1849". Le Passager Clandestin, 14 de maio de 2013

"Esta história é realmente uma das melhores obras literárias de Bakunin. Este é um testemunho excepcional das revoluções que abalaram a Europa. Ele inclui o curso e o processo de construção de uma ideia revolucionária. Esse texto é um dos poucos escritos autobiográficos do filósofo (...)." Boletim do CIRA (Centro Internacional de Pesquisas sobre o Anarquismo)

26 de nov. de 2013

2014, ano Bakunin


By A.N.A. on 21 de novembro de 2013

Comunicado:

O ano de 2014 marcará o 200º aniversário do nascimento de Bakunin.

A FA (Federação Anarquista) e a IFA (Internacional das Federações Anarquistas) vão se envolver em ações para promover as ideias e as práticas anarquistas, através da celebração do seu nascimento. A Federação Anarquista decidiu, em seu último congresso, desenvolver ações federais sobre o anarquismo em geral, e em particular de Bakunin. Bakunin teve um papel importante na estruturação e afirmação das ideias e práticas anarquistas contra o socialismo autoritário e o parlamentarismo, contra a religião e o Estado, dentro do movimento operário e sindical, e, finalmente, ao nível do internacionalismo revolucionário.

Conferência Internacional Comemorativa do Bicentenário de Mikhail Bakunin


Priamukhino (Região de Tver, Rússia). 12-13 de julho de 2014

Fonte

A 30 de maio de 2014 comemora-se o 200º aniversário de Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (1814–1876), ilustre militante do movimento de libertação revolucionário europeu, filósofo e um dos fundadores do movimento anarquista internacional.

Desde a sua entrada no círculo de filósofos de Stankevitch em 1830 e, mais tarde, nas fileiras do movimento revolucionário europeu, Bakunin chamou a atenção de seus contemporâneos. Influenciou de maneira decisiva a história dos movimentos de libertação social, revolucionários e anarquistas russos e europeus dos séculos XIX e XX. As ideias libertárias de Bakunin, que escreveu uma crítica visionária do “socialismo de Estado”, muito tempo antes do seu estabelecimento na URSS e nos países do Bloco do Oeste, assim como a crítica bakuniniana da religião, do patriotismo, do liberalismo e dos princípios do poder e da hierarquia, têm prevalecido como ideias atuais até nossa época.

8 de out. de 2013

Círculo de Debates Anarquistas - 09 de novembro - Ceará




Debate em agosto na UERJ obteve boa receptividade de comunidade acadêmica e trabalhadores



No dia 26/08, em plena segunda-feira, ocorreu na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) o debate sobre "O Anarquismo e o Levante Popular" organizado pelo Arquivo Bakunin. O debate foi de ótima qualidade e contou com as contribuições de diversos estudantes, professores e trabalhadores em geral, contando ao todo com a presença de cerca de 40 camaradas.

O debate foi aberto com a fala de dois representantes do Arquivo Bakunin, onde em suas falas puderam desenvolver aspectos importantes da luta nas ruas e da própria luta teórica e ideológica sobre a compreensão das "Jornadas de junho": A conjuntura política de avanço do projeto desenvolvimentista e neoliberal dirigido pelo governo Dilma/PT (no campo e na cidade); A divergência de compreensão entre a espontaneidade das massas populares na teoria marxista e anarquista (e daí uma série de conflitos decorrentes, tais como as posturas dos distintos partidos frente aos protestos e a fúrias das massas); A configuração de classe dos protestos, dando uma clara ênfase para a importância do proletariado marginal e da juventude/estudantes, bem como criticando a caráter anti-científico do atual conceito de "classe média" criado para fins eleitorais e governistas. 

Durante o debate diversos outros pontos foram levantadas e outros temas foram desenvolvidos. A questão da ação direta e da violência na luta de classes foi talvez um dos temas mais importantes e que marcaram a todos/as pela qualidade das intervenções e análises sobre a temática. Qualquer "purismo" e preconceito jurídico-legalista e metafísico foi abandonado nas análises, que se pautaram claramente pelo método materialista de tratar a realidade. Muitas perguntas e intervenções interessantes foram feitas a esse respeito.

O Arquivo Bakunin agradece todos e todas aqueles/as que estiveram presentes no debate e espera que possamos estar novamente juntos em mais debates e atividades teórico-políticas. E como diria a canção anarquista: "Instruir-se, lutar e trabalhar / jovens vozes do porvir (...)", ou seja, sigamos desenvolvendo a compreensão teórica e retificando nossa prática, sigamos construindo um novo amanhã e um novo futuro de socialismo e liberdade.




9 de set. de 2013

Bakunin em alemão: Inaugurado mais um site sobre Bakunin



Em setembro deste ano recebemos um fraterno email dos editores de http://www.bakunin.de falando da criação do site e da inclusão do endereço de nosso Arquivo Bakunin em sua página de links. Eles também solicitavam a inclusão do site alemão em nossa seção Bibliotecas Virtuais. Podemos entender a iniciativa alemã como mais uma forma de divulgação da obra de Bakunin nessa rede virtual que aos poucos vai se formando em torno do pensamento do revolucionário russo. Saudações desde o Brasil aos editores alemães.

Os editores, setembro de 2013.

Federalismo[1] - James Guillaume (1871)


James Guillaume circa 1870
Nota introdutória

Artigo publicado por James Guillaume em 1871 no periódico Solidarité, onde analisa o evento revolucionário da Comuna de Paris ocorrido naquele ano. O artigo retoma as análises pré-Comuna de Bakunin, contidas em Cartas à um francês (1870), e pós-Comuna como em A Comuna de Paris e a noção de Estado (1871). Guillaume foi militante da ala bakuninista da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), também conhecida por Primeira Internacional. Membro da Federação do Jura, seção da Suíça francesa filiada a AIT com sede em Saint Imier. Posteriormente, devido a disputas políticas no interior da AIT e a expulsão de Bakunin por Marx no Congresso de Haia em 1872 na Holanda, Guillaume e a Federação do Jura desempenham um importante papel na articulação da Internacional Antiautoritária, que pretendia levar adiante o projeto bakuninista no movimento dos trabalhadores.

Os Editores, Brasil, setembro do "ano quente" de 2013.




Por James Guillaume

O verdadeiro caráter da revolução que foi realizada em Paris tem sido delineado de uma maneira tão marcadamente nova que, mesmo as mentes não familiarizadas com o tema, podem agora perceber claramente. A revolução de Paris é federalista.

O povo de Paris quer a liberdade de se auto-organizar como eles entendem, sem o resto da França ter de intervir nos assuntos internos de Paris; e ao mesmo tempo ela renuncia a toda interferência nos departamentos, ao conclamá-los cada um deles a organizar-se a sua maneira, na plenitude da autonomia comunal.

30 de jun. de 2013

Carta de Mikhail Bakunin a Serguey Guennadevich Nechayev, 2 de Junho de 1870, Locarno



Carta de Mikhail Bakunin a Serguey Guennadevich Nechayev, 2 de Junho de 1870, Locarno.

Traduzido do espanhol para português por: Antonio.
Retirado do sítio: www.miguelbakunin.worpress.com (Tradução de Frank Mintz)

Estimado companheiro: dirijo-me agora a você e, através de você, ao seu e ao nosso Comitê. Espero que se você está agora em um lugar seguro, livre das pequenas moléstias e inquietações, possa reconsiderar tranquilamente a sua situação e a nossa em geral, nossa causa comum.

Comecemos reconhecendo que nossa primeira campanha, iniciada em 1869, se perdeu, estamos derrotados. Esmagados por duas razões principais: a primeira, o povo não se levantou em cuja revolta confiávamos com todo o direito. Vemos que não se esgotou o limite de seus sofrimentos e o limite de sua paciência. Vemos que sua confiança em si mesmo, em seu direito e em sua força, ainda não estava avançada e não se encontrou um número suficiente de pessoas capazes por toda a Rússia para atuar junto e despertar essa confiança. A segunda razão, nossa organização, pela qualidade e pela quantidade de seus membros e do mesmo modo de sua formação, resultou insuficiente. Por isso fomos derrotados, perdemos muitas forças e pessoas valiosas.

Este é um fato inquestionável e devemos reconhecer-lo totalmente, sem retroceder em nenhum momento, para que seja um ponto de partida de nossas próximas reflexões, empresas e ações.

Mikhail Bakunin - Escritos contra Marx

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BAKUNIN, Mikhail. Escritos contra Marx. Tradução Plínio Agustos Coelho. São Paulo: Imaginário, s/d.

O livro é formado por trechos de obras de Bakunin e seu título foi dado pelos editores. É composto por uma introdução de Sérgio Augusto Queiroz Norte, pela Carta ao Journal La Liberté de 5 de outubro de 1872 e por um trecho de O Império Knuto-Germânico.